segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A Parábola da Mulher Ciumenta

Há algumas semanas atrás comecei a indagar o porquê de tantas dificuldades que eu, assim como outros diversos amigos neste exato instante, temos passado. Muitas vezes a sensação que fica é a de questionar a Deus: O que estou fazendo de errado?

E quando parece que as dificuldades vão passar, aparece outra acompanhada de mais duas logo em seguida... "perdi" muitas horas de sono nestas últimas semanas, não porque não conseguia dormir, mas simplesmente porque de repente, lá pelas 4:30 da matina, eu simplesmente acordava e já não conseguia mais voltar à Terra do Nunca. No princípio foi frustrante, viajando a trabalho, longe da família, tentando de todos os modos encontrar saídas para os problemas da empresa, além dos meus próprios.
Então, decidido a aproveitar mais esse tempo, resgatei um livro que comprei por simples impulso (vocês vão entender o porquê) quando passava pelos corredores de um Sam's Club em Campinas, depois de uma tarde de reuniões e visitas a clientes. E durante a leitura, algumas reflexões foram sendo motivadas e que me levaram a escrever este post.
Uma das coisas mais frustrantes que sempre achei na vida cristã é identificar as respostas divinas. Parece que sempre estamos esperando por algum sinal, alguma luz que desça do céu por entre as nuvens e venha iluminar a minha cabeça ou outra coisa que me indique o que fazer. Em tempos de bonança, isto parece irrelevante, mas quando a situação é de desespero, a ansiedade tende a ser forte demais para ignorá-la. Obviamente, esta situação trouxe à tona minhas próprias questões sobre fé. Afinal, sobre o que baseio aquilo que chamo de fé? A dificuldade aqui é diferenciar fé de presunção, como se pelo meu simples positivismo, eu pudesse manipular a Deus a fazer aquilo que eu quero que Ele faça. Aliás, falando em manipulação, nada mais comum que barganhar com Deus (nas ofertas, nas atividades da igreja, etc.) na expectativa de que Ele responda àquela oração com a resposta desejada... realmente, com Deus não funciona assim.
Durante essa leitura nas madrugadas, encontrei-me com uma parábola contemporânea:

"A Parábola da Mulher Ciumenta" - na versão gabrielana.
Imagine o marido saindo naturalmente tarde do trabalho, como de costume, mas a infelicidade naquele triste dia lhe bateu à porta quando estava no meio do caminho para casa, sob aquele trânsito infernal, ao perceber que dois dos seus pneus haviam furado. Obviamente esta situação demandaria mais do que somente um macaco e um estepe, portanto decidiu ligar para casa para avisar a esposa que estaria aguardando por ele, quando se apercebeu que o celular estava sem bateria. Sem mais o que fazer de imediato, foi tomar as providências necessárias para voltar a rodar com o carro , o que levou-o a chegar mais de duas horas atrasado do horário de costume, sem falar no suor que lhe corria o rosto pelo cansaço que o estorvo lhe exigira.
Quando chegou em casa, o marido, na expectativa de encontrar um pouco de conforto e compreensão, somente encontrou uma cara feia e uma série de questões tais como onde ele esteve, por que chegou tão tarde, por que não avisou, com quem estava, etc. e etc. Como se percebe, as explicações não foram capazes de suscitar a compreensão, compaixão e a confiança por este pobre cidadão, casado com uma mulher ciumenta.


Nestas situações, eu me pergunto: casou pra quê? Não ao marido, mas à mulher, pois se a sua insegurança e desconfiança é tão grande a ponto de fazer esse papelão, como é que ela consegue ter prazer em viver uma relação nestas bases?
Bem, é igualmente impressionante pra mim o fato de como tenho feito este mesmo papel na minha relação com Deus, o da mulher ciumenta. Vocês percebem? Se Deus não me atende ou não me responde em tempo, ou do modo que eu espero, fico cobrando insistentemente uma atitude ou resposta divina, sem me aperceber de que todo este questionamento e insistência é fruto da falta de confiança em Deus, ou em outras palavras, falta de fé.
"Não há nada que você possa fazer para Deus te amar mais; e não há nada que você possa fazer para Deus te amar menos." - Phillip Yancey
Por que é tão difícil conseguirmos interiorizar e aceitar estas palavras como uma realidade plena e não somente intelectual? Talvez porque crescemos e convivemos com diversos sistemas de recompensa em nosso cotidiano, no trabalho, escola, em casa, e somos induzidos a levarmos este mesmo comportamento para nossa relação com Deus... Mas de novo, com Deus não funciona assim.
Na verdade, o que estou tentando experimentar é essa sensação de que não importa o que eu faça, certo ou errado, pois mais uma vez não estamos falando de um sistema de recompensa, Deus vai continuar me amando do mesmo jeito, apesar de mim mesmo. Sabe aquela liberdade que se sente num relacionamento baseado em confiança? Se você ama, você tem liberdade para fazer tudo o que quiser, pois nada do que você quiser fazer vai machucar ou abalar essa relação. É dessa liberdade de que estou falando, da sensação de que o que eu faço não vai mudar em nada essa realidade, então para quê ficar correndo atrás do vento, como se isso fosse fazer com que Deus me desse mais atenção, fosse olhar para mim... Como se já não estivesse olhando... Me cuidando... Paizinho, eu preciso parar de perguntar por que, e experimentar a liberdade que Você me preparou... com Deus funciona assim. Não acham?

Gabriel Henríquez
Extraído o Blog http://nacontramaodahistoria.blogspot.com 

Um comentário:

Lidiane disse...

Rodrigo, ja te falei que esse texto seu me edificou , e muito ne! Nossa, fiquei sem palavras.....

Coisas de Deus.....

Continue assim meu irmão, sendo um vaso que transporta bençãos de Deus para vidas que nescessitam delas!!!!!!

Paz!!!!!

Estou a espera do proximo ^_^