quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Dias melhores virão


Amo escrever, e com a inspiração do seu blog, 
envio um desabafo, acredito que bem próximo do que sente.

Bem aventurados os que choram...
...porque serão consolados. Mateus 5:4

Hoje acordei estranha, agitada, ansiosa, não sei ao certo. Ando com minha cabeça muita cheia, problemas, privações e conhecimentos, ou melhor, reconhecimentos de mim. Passei anos achando ser uma pessoa que não era, e inventando cenas para uma vida que não existia. Ou até mesmo seria essa pessoa e teria essa vida, se eu fosse só composta pela casca. Mas o ser humano é muito mais do que aparenta e pensa ser. Minha história de vida não é lá, uma das mais agradáveis. Passaria dias e usaria grande quantidade de palavras para contar. É... Acho que falar sobre minha vida e os fatos é que tem feito redescobrir-me. Durante anos, minha casca só servia para proteger-me de outro problema, reconhecer que também posso chorar que também sinto dor, que também sofro e sou humano. Não mais e nem menos do que o outro, mas na proporção do que posso agüentar. Passei a vida tentando entender minha vida. E hoje, depois de tantos anos comecei a conseguir juntar as peças, e tudo isso se deu a um jogo, onde a carta foi tirada de baixo da manga, e percebi que meu parceiro de jogo tinha me tirado dele. É duro suportar que “puxaram o seu tapete”, só que o pior é conseguir catar as poeiras que ficam no ar. Essas nos sufocam e não nos deixa respirar. Sua quantidade nos faz sentir a sujeira feita. O ser humano é estranho, e os tratamentos surpreendem. Em meio a tanta sujeira, alguém que estimo, usou uma frase típica que me fez pensar: “quanto mais conheço as pessoas, mas gosto do meu animal de estimação”.

E isso às vezes se torna necessário. Vejo pessoas que me seriam  referência, mostrar-me o que nunca queria ter visto nelas. E assim estou, tentado me conhecer. E conhecer a si, não é tarefa simples, e mais complicada fica quando há necessidade de rever alguns conceitos, historicamente construídos. Reavaliar seus hábitos e pensamentos é muito confuso. Porém, o mais interessante é que com o tempo você entende que pode sorrir, mesmo que muitas coisas estejam um caos, ou que pode chorar, mesmo que outros estejam alegres. Reafirmar-se no mundo, independe do que os outros pensam e esperam de você, já que o que você pensa e espera dos outros, pode ainda não ser verdade. A escrita é uma busca e um exercício de colocar pra fora. Sim, tenho sido uma boa aluna nesse sentindo. E pareço estar mais leve. Tenho conseguido sorrir pelo simples fato de sorrir e sem a necessidade de ser só para mostrar que suporto os problemas e por isso sorrio. E o mais gostoso... Chorar! (rss)

Pode parecer bobagem, mais hoje sei que posso chorar. Sem o compromisso de esconder dos outros. Sei que hoje posso chorar. Alivia, acalma e melhor, faz entender-me. A vida é um processo longo, e a sensação é que participo de um grande teatro. Personagens e pessoas, que me confundem a respeito de onde está o palco e onde está a platéia. De uma coisa estou certa, há uns meses tenho aprendido a sair do palco e aos poucos a casca está sendo deixada para trás. Afinal, não posso mudar o meu passado, mas anseio em saber escrever meu futuro. E pode ser que no futuro, tenha que aprender tudo isso novamente, mas com a diferença de que a mochila estará menos pesada, pois tenho aprendido a esvazia - lá da tristeza do passado e decepção presente. Ufa! Um pouco mais leve.

Vivian Ferreira
21/09/2011

“Tenho andado distraído,
Impaciente e indeciso
E ainda estou confuso,
Só que agora é diferente:
Sou tão tranqüilo e tão contente.”
(Quase Sem Querer-Legião Urbana)

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PS* Obrigado por compartilhar um pouco de ti comigo.
Vamos continuar na mesma tecla:
DIAS MELHORES VIRÃO!

Rodrigo Barboza de Aquino

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