quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Na sala de espera!


Hoje ao entrar na sala de espera do consultório de odontologia, vivi uma situação diferente. Ao sentar-me para esperar atendimento, fiquei entre duas pessoas que já estavam conversando. Senti-me meio mal por estar no meio, mas como não havia outro lugar, tentei inclinar o meu corpo de maneira que não os atrapalhasse. Tratava-se de Rodrigo, (não eu) homem grande de pele escura e uma barba grossa, motorista de ônibus, 31 anos. Já o outro se tratava de um ancião, 63 anos, baixa estatura e com muita propriedade no falar. Sei que você deve estar se perguntando como se colhe tanta informação em tão pouco tempo (15 minutos)? Não me pergunte, as vezes sinto que as pessoas sentem-se a vontade ao falar comigo, ai acontece naturalmente. Acabei que entrei na conversa... Falamos sobre violência, respeito e experiência de vida. Rodrigo disse uma frase que marcou: “Se eu fosse mais jovem, ao certo investiria meu tempo em estudo e na carreira militar!” Eu quis dizer: Você é jovem! Mas aquele homem grande podia não gostar desse meu jeito “ousado” de ser... Então me calei, mas refleti sobre sua frase. O ancião se chamava Joaquim, o velho é bom de papo e de entendimento. Nem precisei pegar a bíblia pra ele saber que eu era evangélico... Sua frase marcante da noite foi: “Cada bandido tem que morrer mesmo, porque cada um que morre é 4 “Pai de família” que sobrevive... Deus não quer essa pessoas más vivas! Acredite em mim meu filho!” Como em 15 minutos não dá pra mudar a percepção que Sr. Joaquim formou em 63 anos, eu simplesmente tentei levá-lo por outro caminho... Um caminho que ia começar ali, mas não sei quando ia terminar... Apresentei um livro que muito bom que estava na minha mochila: “As cincos pessoas que você encontra no céu...”. Ele ficou entusiasmado e disse que iria ler e quem sabe depois da leitura sua opinião iria mudar? Não deu pra falar muitas coisas e Sr. Joaquim estava indo se consultar, e que fiquei ali, pensando. E em meios aos meus pensamentos, a Valéria (Recepcionista) me chamou e pediu falando baixinho: “Anota aqui nesse papel o nome do livro, eu achei muito bom... vou ler!” Eu o fiz com um sorriso no rosto! Alegre... Porque tudo começa quando tomamos uma atitude, e automaticamente a nossa volta está se modificando... Papo vai, papo vem, Valéria diz: “Vou dar esse livro pra Michele (Minha dentista). E o meu sorriso se alargou mais ainda... Como essa “rede” estava aumentando, e como a vida de muitas pessoas estavam mudando, tudo por causa de uma conversa em uma sala de espera. Valéria ficou toda feliz, disse que ela e a Michele me chamam de “O Paciente Zen”... Rs! Eu sorri e perguntei porque! Ela me respondeu: “São poucas as pessoas que não chegam aqui bufando de raiva... Descontando todas suas insatisfações em alguns minutos de atraso. Você nunca se estressou... E ainda fala coisas interressantes. Isso nos faz refletir.” E lá estou eu com um sorriso no rosto, mesmo sem entender muito como eu causo essas impressões! As vezes nos marcamos muito mais do que imaginamos a vida de alguém... Isso aconteceu outro dia quando conversava com uma amiga pelo MSN... Ela disse: “ A minha mãe comenta as vezes sobre você...” Sendo que eu só fui na casa dela uma vez... E a mais de 2 anos atrás...! Eu disse: “ Nossa, ela lembra de mim?”. É fato que o tempo não significa nada mediante a intensidade. Como meu amigo Tiago diz:
“O dom da amabilidade...”. Vivendo e aprendendo!

Rodrigo Barboza de Aquino
22/092010

Um comentário:

Dany Souza disse...

Deus faz em simples situações grandes realizações!!